90527 CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO E GESTÃO PROATIVA DA SECA NO NORDESTE DO BRASIL: UMA NOVA PERSPECTIVA CONVIVENDO COM O SEMIÁRIDO A maior parte do Nordeste brasileiro está na zona semiárida, uma área definida tanto por um volume mínimo de precipitação anual (ou seja, uma média anual igual ou inferior a 800 mm) quanto pela concentração das chuvas em apenas alguns meses por ano. O Nordeste apresenta significativa susceptibilidade a eventos de secas extremas. Estudos recentes realizados pelo Banco Mundial indicam como o estresse relacionado às mudanças climáticas, combinado com o crescimento populacional e as mudanças nos padrões de demanda por água, pode afetar os sistemas de água nesta região (Banco Mundial, 2012, 2013). A Figura 1 mostra os nove estados do Nordeste e delineia a região semiárida em geral. Figura 1 – Nordeste do Brasil (mais Minas Gerais), com a região A seca mais recente, um evento plurianual que vem semiárida representada em marrom. Fonte: Agência Nacional de assolando o Nordeste mais ou menos desde o Águas (ANA) / Ministério de Integração (MI). ano de 2010, tem sido a mais severa registrada há décadas. Na Figura 2, o histograma à direita indica desafiadoras, que inclui a implementação de projetos a precipitação média e a sua distribuição mensal de armazenamento e transferência de águas e o de janeiro a dezembro para o estado do Ceará. advento de instituições específicas encarregadas do Os histogramas à esquerda indicam os anos mais planejamento do desenvolvimento socioeconômico úmidos de 2008 e 2009, seguidos pelo ano de da região. As melhorias na expansão da oferta de 2011, ligeiramente acima da média, além dos anos água e no apoio aos agricultores têm ajudado o subsequentes de 2012, 2013 e 2014 que registraram progresso da região ao longo das últimas décadas. secas intensas. Porém, quando secas extremas atingem o Nordeste, as soluções estruturais para a vida na região A população da região semiárida tem uma longa semiárida revelam-se muitas vezes insuficientes para história de vida em meio a condições climáticas enfrentar os efeitos da estiagem. 400 350 923 mm 1226 mm Precipitação (mm/mês) 300 250 1034 mm 805 mm 200 543 mm 593 mm 567 mm 150 390 mm 100 50 0 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Ano médio Figura 2 – Precipitação mensal média e distribuição de chuvas (janeiro e dezembro) no Ceará, de 2008 até 2014. Os anos mais chuvosos aparecem representados em azul, os mais secos em vermelho, e o ano médio de referência está localizado à extrema direita da figura. Fonte: Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos. Os impactos dos períodos prolongados de seca são Meteorologia e Recursos Hídricos, e Companhia frequentemente concentrados nas comunidades de Gestão de Recursos Hídricos (COGERH), 2014). rurais carentes que vivem no semiárido. Por exemplo, Em última análise, esses impactos ameaçam progressos a atual seca causou a morte de uma quantidade em termos de desenvolvimento econômico, social e significativa do gado do Nordeste, colocando em risco humano que a região tem alcançado nas últimas décadas, sua diversidade genética na região. Ainda, os níveis e colocam muitas comunidades em risco de retornar a de água nos açudes encontram-se perigosamente um elevado nível de incidência de pobreza. baixos e continuam a cair, o que coloca em risco a possibilidade de manter reservas adequadas de água Quando ocorrem períodos prolongados de seca, para o abastecimento humano das comunidades, o Brasil (como muitas outras nações) tem investido e outros usos (ver Figura 3; Fundação Cearense de em ações emergenciais para amenizar as perdas econômicas nas áreas atingidas, como o aumento das linhas emergenciais de crédito, a renegociação de dívidas agrícolas e a expansão dos programas Bolsa Estiagem, Garantia-Safra e Operação Carro-Pipa. Esses mecanismos são disparados em épocas de seca pelos chamados comitês de combate à seca, liderados pela Casa Civil em nível federal e por Secretarias de Estado em nível estadual. Porém, esses comitês de seca servem como um mecanismo emergencial de coordenação e resposta, de modo que não têm caráter permanente ou iterativo, o que costuma gerar, com frequência, críticas pela relativa demora nas ações. Os impactos causados pela seca e por tais atividades de resposta representam um alto custo para a sociedade, muito embora os números exatos sejam difíceis de definir e quantificar. Mesmo assim, as abordagens reativas e pontuais, que têm definido grande parte da gestão brasileira da seca até hoje, precisam ser substancialmente reforçadas. Esse sentimento é respaldado pela comunidade científica nacional e internacional, e é também expresso por todos os segmentos da sociedade brasileira, como demonstra a determinação do governo brasileiro e de entidades como o Ministério da Integração Nacional (MI) em liderarem uma mudança de paradigma em direção a uma gestão mais proativa da seca. O MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL LIDERANDO UMA MUDANÇA DE PARADIGMA Uma gestão proativa da seca significa tratar as vulnerabilidades, e não os sintomas, dispondo de mecanismos para melhor conseguir prever e monitorar os eventos de seca, orientando as medidas de prevenção e alívio aos efeitos da seca Figura 3 – Principais açudes no estado do Ceará, com menos com maior eficiência, objetividade e efetividade. de 50% da capacidade de armazenamento de água em 10 de A Figura 4 mostra o ciclo de gestão de riscos e março de 2013 (acima) e aproximadamente um ano depois, desastres, ilustrando a necessidade de modificar a em 25 de março de 2014 (abaixo). Os triângulos negros indicam reservatórios com menos de 10% da sua capacidade; triângulos atual gestão de crise das secas, caracterizada por cinza, menos de 20% da capacidade. Fonte: Portal Hidrológico uma abordagem reativa, para medidas proativas que do Ceará, http://www.hidro.ce.gov.br. enfatizem a preparação. GESTÃO PROATIVA Reconhecendo a necessidade de reforma e a DE RISCO oportunidade representada pela atual seca para avançar com um diálogo entre agências, e entre a Preparação Previsão e união e entes federativos, o MI vem liderando esforços Alarme Precoce para realizar essa mudança de paradigma na área de políticas públicas e gestão para a seca no Brasil. Mitigação O MI foi criado no ano de 1999, para liderar esforços Desastre de desenvolvimento regional, incluindo estratégias PROTEÇÃO para a integração de economias, implementação do RECUPERAÇÃO Fundo de Desenvolvimento do Nordeste e Fundo de Reconstrução Desenvolvimento da Amazônia, criação de processos Avaliação do Impacto de monitoramento e avaliação para projetos de integração e foco nas questões transversais de defesa civil, obras para água e seca, políticas de irrigação e Recuperação Resposta obras públicas em geral. Entre as atividades de maior porte relacionadas ao MI, incluem-se o Projeto de GESTÃO Integração do Rio São Francisco (PISF) e o Programa DE CRISE REATIVA “Mais Irrigação”. Por causa das responsabilidades transversais mencionadas acima, o MI e suas Secretarias Figura 4 – O ciclo da gestão de riscos e desastres. A ênfase e entidades vinculadas são instituições federais que nas secas, tipicamente reativa e de gestão de crise, aparece abordam as questões relacionadas à seca de uma em vermelho, na metade inferior da figura, enquanto que a maneira integrada. mudança de paradigma, necessária para uma gestão mais proativa do risco e para a preparação para a seca aparece na metade superior da figura, em azul. Fonte: Figura oferecida Em 2012, no auge de um período extremamente seco, por Don Wilhite, Universidade de Nebraska, Lincoln. o MI criou um Grupo de Trabalho para avaliar a política e as abordagens de gestão brasileiras relativas às secas, A intenção das medidas de preparação é aumentar a assim como para estudar e apresentar subsídios para resiliência à seca através de três conjuntos de ações o desenho de uma Política Nacional sobre as Secas. ou pilares: (1) um monitoramento robusto, um alerta Esse esforço aconteceu em paralelo a atividades que precoce e uma rede de previsão, (2) um melhor estavam ocorrendo no cenário internacional, mais entendimento e identificação da vulnerabilidade/ notavelmente a Reunião de Alto Nível sobre Política resiliência e dos impactos, e (3) um planejamento de Nacional de Seca, realizada em Genebra, Suíça, em resposta mais coordenado e sistemático, além do março de 2013 (Sivakumar et al., 2014). O Brasil declarou desenvolvimento de uma estratégia de mitigação seu compromisso em discutir e debater como desenhar, de longo prazo. A Figura 5 ilustra esses três pilares da coordenar e integrar uma política abrangente para preparação para a seca. planejamento e gestão de secas, de forma a reduzir Três pilares de preparação para a seca 1. Monitoramento e previsão/ 2. Vulnerabilidade/resiliência 3. Mitigação e planejamento alerta precoce e avaliação de impactos de resposta e medidas Fundamento de um plano de Identifica quem e o quê está em Programas pré-seca e ações para preparação para seca risco e porquê reduzir riscos (curto e longo prazo) Índices/indicadores ligados a Envolve monitoramento/arquivo Programa de resposta operacional impactos e gatilhos de ação de impactos para melhoria da bem-definido e negociado para caracterização de secas quando a seca iniciar Entrada para o desenvolvimento/ produção de informação e Programas de rede de segurança e ferramentas de suporte à decisão social, pesquisa e extensão Figura 5 – Os três pilares da preparação para a seca que fundamentam uma mudança de paradigma, da gestão reativa da crise para abordagens mais proativas aos eventos de seca. Fonte: Gutiérrez et al., 2014. os impactos, ou seja, aumentar a resiliência às de 2014, o Banco participou, junto com o MI e secas futuras e à mudança climática. Essa mudança governos estaduais, da preparação e da execução de de paradigma está ocorrendo em um momento três seminários no Nordeste, que reuniram comitês particularmente crucial, visto o crescimento das regiões estaduais de seca, diferentes níveis de governo afetadas pela seca no Brasil. e da sociedade civil, e outras partes interessadas importantes. Discutiram-se prioridades, carências O APOIO DO BANCO e oportunidades para traçar novas diretrizes para MUNDIAL PARA A GESTÃO a gestão permanente de convívio com a região PROATIVA DE SECAS NO BRASIL semiárida. As conclusões dessas três consultas foram apresentadas durante um seminário mais O apoio às comunidades que vivem na região abrangente, com participação de todos os estados semiárida do Brasil tem sido, há muitas décadas, uma do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo no dia 28 prioridade para o Banco Mundial, através de projetos de abril, em Fortaleza. Esses seminários representam de desenvolvimento de recursos hídricos, agricultura um importante passo rumo à concretização de uma e desenvolvimento rural, educação, e saúde, entre política nacional de convivência com o semiárido e outros setores. Por solicitação do MI e de vários outros preparação para as secas. parceiros federais e estaduais com responsabilidade sobre questões relacionadas à seca, como a Agência PROGRAMA PILOTO REGIONAL Nacional de Águas (ANA), o Instituto Nacional de PARA O NORDESTE Meteorologia (INMET), a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), a Monitor de Secas do Nordeste Agência Pernambucana de Água e Clima (APAC) e o O objetivo principal do Monitor de Secas do Nordeste Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da (“o Monitor”) é criar um sistema de informação Bahia (INEMA) desde o 2012 o Banco vem apoiando integrado entre os diversos agentes envolvidos esforços para fortalecer a política e a gestão para no monitoramento da seca. Isso facilitará o acesso secas no Nordeste. Mais recentemente, uma equipe aos dados de caráter meteorológico, hidrológico, interdisciplinar do Banco, composta por especialistas socioeconômico, ou qualquer outra informação, que em agricultura, recursos hídricos, mudança climática, implique no momento da tomada de decisão. meio ambiente e gestão de riscos e desastres, iniciou A intenção foi aproveitar a experiência técnica do um programa de assessoria técnica e intercâmbio Banco e sua capacidade de integrar e apoiar um fórum de conhecimento para a demonstração e aplicação e uma rede de instituições e profissionais, com forte de métodos para uma gestão mais proativa da participação dos estados do Nordeste, para que os seca. O programa está dividido em duas linhas, atores envolvidos possam desenhar, desenvolver e que fornecem suporte analítico, fortalecimento de implementar um Monitor de Secas funcional. Inspirado capacidades e formação de redes e cooperação nos esforços de gestão de secas do México e dos interinstitucional para (1) o diálogo e o arcabouço Estados Unidos, o Monitor reune informações de de políticas nacional e estaduais sobre secas e (2) instituições federais e estaduais, para produzir um um programa piloto regional para o Nordeste, que único mapa das condições de secas (inicialmente, inclui o desenvolvimento tanto de um Monitor de mensalmente) para a região. Da mesma forma que Secas do Nordeste, quanto de planos operacionais de o processo e a cooperação institucional que lhe dão preparação para as secas, desenvolvidos em nível de suporte, esse mapa destina-se a melhorar a definição estudos de caso selecionados. e um entendimento comum das secas, bem como aumentar a eficiência e a efetividade das respostas DIÁLOGO NACIONAL SOBRE de políticas públicas de assistência à população “CONVIVÊNCIA COM O nordestina. A Figura 6 apresenta um exemplo das SEMIÁRIDO E PREPARAÇÃO categorias de secas e de seus impactos associados utilizados pelo Monitor de Secas dos Estados Unidos, PARA AS SECAS”” que será adaptado e contextualizado, para melhorar a O Banco forneceu assessoria técnica aos seus definição e a caracterização das secas no Brasil. Desde parceiros nos níveis federal e estadual, para ajudar a agosto de 2014, de forma experimental, os 9 estados desenhar, planejar e implementar um ciclo de debates vem produzindo e validando mensalmente o mapa do sub-regionais por todo o Nordeste brasileiro sobre Monitor de Secas do Nordeste, trabalhando de forma o tema “Convivência com o Semiárido e Preparação integrada e sistemática para o monitoramento das para as Secas”. Durante os meses de março e abril secas e a validação local dos seus impactos. CATEGORIA PERCENTIL DESCRIÇÃO IMPACTOS POSSÍVEIS Entrando na Seca: Secas de curto prazo nas plantações e crescimento Anormalmente de culturas ou pastagem. S0 30%til Seco Saindo da Seca: Déficits hídricos prolongados; pastagens ou culturas sem recuperação total. Alguns danos a colheitas, pastos; córregos, reservatórios ou pequenas S1 20%til Seca Moderada nascentes. Escassez de água em andamento ou iminente; requerido algumas restrições para a utilização da água Provável perda de colheitas e pastos. Escassez de água parcial. S2 10%til Seca Severa Imposição de restrições para utilização da água. Grande perda de colheitas e/ou pastos. Escassez de água generalizada S3 5%til Seca Extrema ou restrições impostas. Perda excepcional de colheitas e/ou pastos. Escassez de água S4 2%til Seca Excepcional em córregos, reservatórios e nascentes, criando uma situação emergencial. Figura 6 – Os exemplos de categorias de seca e seus impactos associados são rastreados, utilizando o Monitor de Secas. Esta figura está baseada nos esforços de monitoramento de secas realizados no México e nos Estados Unidos. Fonte: Figura adaptada com base em informações fornecidas pelo Centro Nacional de Mitigação de Secas (National Drought Mitigation Center), da Universidade de Nebraska, Lincoln. A Figura 8 mostra o mapa experimental do Monitor estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba), em de Secas do Nordeste produzido pelos 9 Estados do parceria com a ANA, a Agência Executiva de Gestão Nordeste no mês de janeiro de 2015. Está previsto das Águas do Estado da Paraíba (AESA), a Secretaria que o lançamento operacional seja realizado no de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos primeiro semestre de 2015. Além disso, o Monitor do Estado do Rio Grande do Norte (SEMARH/RN) está ligado ao diálogo sobre uma política nacional e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piancó- de convivência com o semiárido e preparação para Piranhas-Açu; (2) sistemas hídricos de abastecimento as secas, criando a arquitetura para o diálogo e a urbano, no Ceará (em parceria com a Companhia integração institucional. de Água e Esgoto do Ceará (CAGECE) e a COGERH) e em Pernambuco (em parceria com a Companhia Finalmente, é um pilar fundamental para o outro Pernambucana de Saneamento (COMPESA) e a APAC); componente do Piloto Regional – quatro estudos de (3) agricultura de sequeiro em nível municipal, no caso de planos de preparação para as secas. município de Piquet Carneiro no Ceará, em parceria com a Prefeitura; e (4) no nível de pequeno açude, Planos de Preparação para as Secas Cruzeta, no estado do Rio Grande do Norte com a Quatro estudos de caso de planos de preparação SEMARH/RN, o DNOCS e a associação de irrigantes, para as secas estão sendo elaborados e visam APICRUZ. O propósito é auxiliar as partes interessadas diversos grupos de usuários, em diferentes níveis: (1) com o planejamento de ações de contingência planejamento em nível de bacia hidrográfica, proativas para as secas, e fornecer ferramentas e na bacia do Rio Piranhas-Açu (compartilhado pelos métodos aos tomadores de decisão para ampliar CONDIÇÃO ENTRANDO IMERSO EM CONDIÇÃO NORMAL OU ÚMIDA EM SECA SECA EXTREMA NORMAL OU ÚMIDA Monitoramento e •• Monitoramento e •• Implementar ações de Implementar ações de Implementar ações •• Implementar ações de de •• Voltar Voltar a a enfatizar enfatizar oo previsão constante previsão constante mitigação de curto mitigação de curto prazo; prazo; resposta emergencial; resposta emergencial; monitoramento monitoramento e e Implementar ações •• Implementar ações de de indicadores têm gatilhos indicadores têm gatilhos indicadores têm indicadores têm gatilhos gatilhos previsão previsão e e implementar implementar mitigação de mitigação longo prazo de longo prazo associados que ligam associados que ligam asas associados que associados que ligam ligam asas atividades estruturais de atividades estruturais de delineadas no delineadas plano de no plano de seca seca categorias de secas categorias de secas do do categorias do categorias do Monitor Monitor a a longo prazo no longo prazo no plano plano (p.ex. Infraestrutura (p.ex. e pesquisa) Infraestrutura e pesquisa) Monitor Monitor ee ações nos setores ações nos setores ações nos ações nos setores setores vulneráveis vulneráveis de seca. de seca. vulneráveis pré-de vulneráveis pré-de nidas nidas pré-de nidas pré-de nidas no no plano plano no plano no de seca. plano de seca. de seca. de seca. Figura 7 – Evolução de um evento de seca e os elementos de uma gestão proativa para as secas, associados a um plano de preparação para às secas. esses esforços para além dos estudos de caso. parceiros no programa, o Centro Nacional de A Figura 7 descreve o planejamento para a preparação Mitigação de Secas (EUA) e a Comissão Nacional da para as secas e como as ações de políticas públicas. Água do México, CONAGUA. De forma geral, nos planos dos estudos de caso: (i) foram definidas as necessidades de monitoramento APROVEITAR específicas para definir as categorias de seca; (ii) foi O MOMENTO realizada uma análise de vulnerabilidades e impactos; e (iii) foram definidas uma série de ações para cada A recente seca instigou uma mobilização já bem uma das categorias de seca. conhecida no país, sobre o aprimoramento de uma política mais integrada entre instituições federais, O Banco apoiou oficinas técnicas em janeiro, maio e estaduais, municipais e a sociedade civil para atuar novembro de 2014, para reunir as MONITOR DE SECAS partes interessadas no semiárido. No passado, essa conversa aumentou e PROTÓTIPO e discutir o alcance do Monitor e os estudos de caso. diminuiu de intensidade junto com os ciclos de seca; O programa patrocinou ainda o treinamento de como consequência, o progresso para promover uma quatro profissionais brasileiros, que viajaram para os gestão de seca mais proativa foi apenas incremental. Estados Unidos e oL México em março de 2014, para Como já aconteceu com frequência outras vezes, a aprenderem com especialistas em monitoramento, atual seca prolongada atraiu a atenção da sociedade previsão e planejamento sobre como adaptar os brasileira em geral, da mídia, de servidores públicos seus métodos, L ferramentas e abordagens, de modo e de políticos, além de especialistas internacionais. a criar um Monitor robusto e L uma abordagem de O principal desafio que o Brasil enfrenta agora é planejamento que seja contextualizada para o Brasil. aproveitar esse momento crucial e a oportunidade Também foi organizado um treinamento técnico de agir de forma ousada, para avançar em direção a CL sobre oLMetodologia do Monitor em agosto de uma gestão e um planejamento com ações proativas, 2014 e está previsto um treinamento de autores e que minimizem os efeitos das secas no país. Todos validadores do Monitor no fim de março de 2015. os três processos suportados pelo Banco, o diálogo O Banco recebeu apoio C importante de seus principais nacional, o Monitor de Secas do Nordeste e os planos MAIO 2009 de preparação para as secas foram trabalhados de JAN 2015 forma aberta e participativa, envolvendo mais de 140 participantes, 12 instituições federais e 36 instituições C estaduais, entre outros. Foram destinados a CL aprimorar a celeridade, a qualidade e a eficiência das ações de mitigação de risco, preparação e resposta, C assim como a coordenação e integração dos agentes C envolvidos em um processo e um arcabouço políticos abrangentes e interativos. O Banco Mundial e seus parceiros conclamam outras instituições e partes CL Intensidade: C interessadas a fazerem parte dessas atividades. S0 Anormalmente Seco S1 Seca - Moderado C S2 Seca - Severo Referências S3 Seca - Extremo S4 Seca - Excepcional Agência Nacional de Águas. “Relatório de Conjuntura dos Recursos Tipos Seca Impacto: Hídricos no Brasil: Informe 2014”, Brasília, 2014 (em elaboração). Delineia impactos dominantes Banco Mundial. 2012. Turn down the heat: Why a 4°C warmer world C = Curto prazo, geralmente < 4 meses (por exemplo, a agricultura, pastagem) must be avoided. (Reduza o calor: Por que é preciso evitar um mun- L = De longo prazo, normalmente > 4 meses do 4ºC mais quente.) Grupo Banco Mundial, Washington, D.C. Autor: APAC-PE (por exemplo, hidrologia, ecologia) Banco Mundial, 2013. Impacto das Mudanças do Clima e Projeções de Demanda Sobre o Processo de Alocação de Água em Duas Bacias do Nordeste Semiárido. Autores: Martins, Eduardo Sávio P.R.; Braga, Cybelle Frazão Costa; De Nys, Erwin; Filho, Francisco de Assis de Figura 8 – Mapa experimental do Monitor de Secas do Souza, e Freitas, Marcos Airton de Souza. 1ª Edição (revisada). Série Nordeste do mês de janeiro de 2015. As categorias de seca Água Brasil 8. Brasilia 2013. são codificadas por severidade, similares às que aparecem na Gutiérrez, A.P.A., N.L. Engle, E. De Nys, C. Molejón, E.S. Martins. 2014. Figura 6. As áreas indicadas em seca de curto prazo aparecem Drought Preparedness in Brazil. Weather and Climate Extremes. doi: marcadas com “C”, enquanto que as indicadas em seca de http://dx.doi.org/10.1016/j.wace.2013.12.001. longo prazo são identificadas com “L”. Algumas áreas aprecem Mannava Sivakumar, Robert Stefanski, Mohamed Bazza, Sergio Zelaya, tanto em curto, quanto em longo prazo, e são ressaltadas com Donald Wilhite, Antonio Rocha Magalhaes, High Level Meeting on a designação, “CL”. Fonte: Monitor de Secas do Nordeste – fase National Drought Policy: Summary and Major Outcomes, Weather experimental. and Climate Extremes, http://dx.doi.org/10.1016/j.wace.2014.03.007 Conheça também: Acesse http://www.worldbank.org/pt/country/brazil/brief/brazil-publications-agua-brasil-series-water e baixe a série Água Brasil completa. Este relatório é um produto da equipe do Banco Internacional para Agradecimentos: Reconstrução e Desenvolvimento/Banco Mundial. As opiniões, interpretações e conclusões aqui apresentadas são dos autores e Agradecemos ao Water Partnership Program (WPP) e ao Fundo não devem ser atribuídas, de modo algum, ao Banco Mundial, às Espanhol para América Latina e o Caribe (SFLAC) pelo apoio financeiro à assessoria técnica realizada pelo Banco Mundial. suas instituições afiliadas, ao seu Conselho Diretor, ou aos países por eles representados. O Banco Mundial não garante a precisão da informação incluída nesta publicação e não aceita responsabilidade alguma por qualquer consequência de seu uso. As fronteiras, cores, Esta atividade foi realizado pelo Global Water Practice do Grupo denominações e outras informações apresentadas em qualquer Banco Mundial. Gostaríamos de agradecer também ao nosso mapa deste trabalho não indicam qualquer juízo por parte do Banco colega do Banco Mundial, Vinícius Cruvinel Rêgo, cujo apoio e Mundial a respeito da situação legal de qualquer território ou o aconselhamento nos ajudaram a finalizar a edição e divulgação endosso ou aceitação de tais fronteiras. do documento. Esta publicação foi preparada por: Erwin De Nys Direitos e Permissões Especialista Sênior em Recursos Hídricos, Banco Mundial O material desta publicação é objeto de direitos autorais. Nathan Engle O Banco Mundial encoraja a disseminação deste conhecimento. Especialista em Adaptação à Mudança Climática, Banco Mundial Esta publicação pode ser reproduzida integralmente ou em parte, para propósitos não comerciais, desde que seja dada a autoria ao Equipe Banco Mundial: Banco Mundial. Thadeu Abicalil (Especialista Sênior em Água e Saneamento), Diego Foto da capa: Alex Pimentel (Diário Sertão Central). Arias Carballo (Economista Agrícola Sênior), Paula Freitas (Especialista em Recursos Hídricos), Carmen Molejón (Especialista em Recursos Hídricos) e Frederico Pedroso (Especialista em Gestão de Riscos de Desastres). ABRIL/2015 (Atualizado) Qualquer dúvida sobre direitos autorais e licenças, incluindo Contatos: direitos subsidiários, deve ser dirigida ao Banco Mundial, SCN – Erwin De Nys Quadra 02, Lote A, Ed. Corporate Financial Center, Conj. 702/703, edenys@worldbank.org Brasília – DF, Brasil; CEP: 70712-900; Nathan Engle Fone: +55 (61) 3329 1000; Fax +55 (61) 3329 1010. nengle@worldbank.org Spanish Fund for Latin America and the Caribbean